Os ciclos da vida são sempre caracterizados por grandes decisões ou por eventos importantes e marcantes, muitas vezes, quando estamos no meio de toda a transformação, nem nos damos conta disso, mas você já parou para fazer uma retrospectiva da sua vida? Já observou que a vida não é linear, em alguns momentos estamos bem e outros nem tanto, que tudo tem um fim e um novo começo?
Todos nós já passamos por inúmeras e diferentes situações. Muitas vezes acontece de alguma situação que tínhamos muito apego chegar ao fim. Pode ser um relacionamento, um trabalho, uma ideia, uma crença ou uma experiência. E quando chega ao fim é difícil desapegar, pois a maioria tem dificuldades de compreender a impermanência da vida. Temos dificuldades em aceitar e se adaptar as mudanças, principalmente aqueles que chegam de forma inesperada.
A natureza nos diz muito sobre isso através de sua ciclicidade. É através dos ciclos que a natureza evolui, e acredite se pararmos para observar ela tem muito a nos ensinar. Na maior parte das vezes vamos ter que aceitar o ciclo natural dos acontecimentos, não tem jeito, é a melhor maneira de encararmos a realidade do momento para seguirmos em frente sem tanto sofrimento. Infelizmente nos apegamos a falsa ilusão de controle, mas, na verdade não temos, algumas situações simplesmente acontecem sem aviso prévio.
Os Ciclos da Vida e a Teoria dos Setênios
A teoria dos setênios é um conceito que se baseia na ideia de que a vida humana é dividida em ciclos de sete anos, cada um com características e desafios específicos. Essa teoria tem suas raízes em várias tradições culturais e espirituais antigas, incluindo a filosofia hindu, a medicina tradicional chinesa e as culturas indígenas. Acredita-se que esses ciclos de sete anos estejam ligados ao desenvolvimento físico, emocional e espiritual de uma pessoa ao longo de sua vida.
Aqui estão as principais fases da teoria dos setênios e o que cada fase representa:
0-7 anos: Infância Inicial
Esta fase é caracterizada pela descoberta do mundo exterior. É um período de aprendizado intenso, onde as crianças estão absorvendo informações e experiências rapidamente. A confiança básica no ambiente e nas relações é estabelecida nesta fase.
7-14 anos: Infância Intermediária
Nessa fase, a criança começa a desenvolver sua própria individualidade e senso de identidade. Há um foco crescente na socialização e no desenvolvimento das habilidades interpessoais. As amizades e os relacionamentos fora da família ganham importância. Pensar e se expressar através do corpo, inteligência na prática.
14-21 anos: Adolescência
A adolescência é marcada por mudanças físicas e emocionais significativas. Há uma busca por independência, autodescoberta e construção da própria identidade. Questões sobre o propósito na vida, valores pessoais e escolhas de carreira começam a surgir. Conquistas materiais, prazeres da emoção de ter algo.
21-28 anos: Juventude Adulta
Nesta fase, as pessoas estão focadas em estabelecer-se na vida adulta. A formação de relacionamentos íntimos, construção de carreira e busca por estabilidade financeira são aspectos centrais. Há uma ênfase na exploração de diferentes opções de vida. Forcas do ego e do eu, a personalidade se mostrando ao mundo.
28-35 anos: Adulto Jovem
É um período de consolidação das escolhas feitas anteriormente. As responsabilidades profissionais e pessoais aumentam. Muitas vezes, as pessoas buscam estabilidade familiar e podem começar a questionar a direção que suas vidas estão tomando. Espiritualidade consciente.
35-42 anos: Maturidade Adulta
Nessa fase, há um foco na busca de significado e propósito mais profundos na vida. Pode haver uma avaliação crítica das escolhas feitas até o momento e uma busca por autenticidade. Questões de realização pessoal e contribuição para a sociedade se tornam importantes. Coragem e mudança de padrões.
42-49 anos: Meia-Idade
Esta fase é marcada por uma reflexão mais profunda sobre a vida, seus sucessos e fracassos. As pessoas podem passar por uma reavaliação de suas prioridades e valores. Pode haver uma sensação de transição e preparação para a última fase da vida. Consciência, maior percepção do compromisso de vida assumido.
Vale ressaltar que a teoria dos setênios é uma perspectiva e não uma regra rígida. As experiências de vida variam amplamente entre as pessoas e nem todos os indivíduos se encaixarão perfeitamente nesses ciclos. No entanto, essa teoria pode fornecer uma estrutura interessante para refletir sobre o desenvolvimento humano ao longo da vida.
Tudo tem começo, meio e fim
Tudo tem começo, meio e fim e nem sempre compreendemos os porquês da vida de imediato, criamos resistência, sentimos dor e causamos muita desordem interna, pois, nosso desejo é que nada mude, mas infelizmente não temos o controle de alguns acontecimentos. Talvez um dia, lá na frente, chegue o entendimento regado de significados de aprendizados e transformação.
Cada fim de ciclo deveria ser encarado como um novo início. É importante termos a percepção que algumas situações se esgotam. É abrir espaço para o novo, entender que não está perdendo algo e sim ganhando uma nova perspectiva para o futuro. Esse pensamento muda tudo, pois, nos permite olhar para as necessidades do momento atual, refletir sobre nossa trajetória e projetar ações para o nova situação que está por vir.
Alguns ciclos podem sim trazer perdas irreparáveis, como o ciclo de vida e morte, esse ciclo é a confirmação que não podemos ter controle de tudo e que a vida é transitória. Sofremos porque brigamos o tempo todo com esse controle. Temos dificuldade de abrir mão, de soltar, deixar ir. Ter esse entendimento não significa ser frio, e sim ter inteligência emocional para não deixar que as emoções e sentimentos se excedam a ponto de afetar a mente e o corpo.
Porque é tão difícil deixar ir
Por que é tão difícil deixar ir? Aqui entramos em conflito com nossas crenças, pois acreditamos que é bem mais fácil aguentar uma situação ruim, porque é conhecida, nos é familiar, do que procurar outros caminhos. Tenho certeza que já ouviu o ditado” não troque o certo pelo duvidoso”, aí entra o medo e a insegurança em arriscar e correr riscos. Esse é o motivo da resistência em fechar ciclos da vida.
Qualquer que seja o período intenso ou turbulento que esteja passando na vida, é uma oportunidade de renascimento para um novo momento. Confie e se entregue ao processo sem medo, dentro de nós existem lugares inexplorados e infinitas possibilidades. É preciso amadurecer e abrir mão de algumas expectativas que criamos sobre a vida. A vida é movimento, tudo se transforma todo tempo e o momento seguinte também pode ser muito importante. Aquilo que agora lhe parece destrutivo pode ser um caminho para algo muito melhor.
Encerrar ciclos nos leva para o novo, estimulamos a nossa criatividade e trazemos movimento, além de acumular aprendizado e sabedoria. Perceba o quanto de energia você coloca cada vez que quer controlar uma situação que não tem controle. Tanto medo é fruto da nossa mente, que resistimos ao fluxo da natureza, ao fluxo dos ciclos da vida e simplesmente paralisamos. Acredite, existe um caminho mais leve, onde não é necessário tanto estresse e desgaste. Tudo que a vida quer é que você seja feliz! Toda decisão e escolha vem carregada de ganhos e perdas, o melhor que temos a fazer é construir dentro de nós um ambiente seguro para aprender a lidar com todas as situações que aparecem, portanto, invista em autoconhecimento.
Sugestão de Leitura: A arte da Felicidade
Boa leitura